quinta-feira, 24 de maio de 2012

Do Movimento Esperantista Esperanto e Rio+20

“Sim, o Esperanto é lição de fraternidade. Aprendamo-la, para sondar, na Terra, o pensamento daqueles que sofrem e trabalham noutros campos. Com muita propriedade digo: ‘aprendamo-la’, porque somos também companheiros vossos que, havendo conquistado a expressão universal do pensamento, vos desejamos o mesmo bem espiritual, de modo a organizarmos, na Terra, os melhores movimentos de unificação.” EMMANUEL A Universala Esperanto-Asocio – UEA (Associação Universal de Esperanto) e a Tutmonda Esperantista Junulara Organizo – TEJO (Organização Mundial da Juventude Esperantista) tiveram plenamente aceita pela Organização das Nações Unidas (ONU) sua proposta para o Documento de Compilação da United Nations Conference on Sustainable Development – UNCSD-RIO+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), a realizar-se no Rio de Janeiro, de 20 a 22 de junho próximo. Nesse documento, as duas mais expressivas organizações do esperantismo mundial manifestam o desejo de que as recomendações finais da RIO+20 contemplem uma política que proteja a diversidade linguística, permitindo, ao mesmo tempo, uma efetiva comunicação, bem como condenem claramente as práticas que levam à extinção de línguas e à dominação das línguas maiores sobre as menores. A UEA e a TEJO, em sua argumentação, formalizam integral apoio a uma recomendação, inserida na Declaração da 64a Conferência Anual da ONU DPI/NGO, realizada em Bonn, Alemanha, nos dias 3 a 5 de setembro de 2011, em que é feito [...] um apelo para o respeito e a inclusão das línguas étnicas no sistema educacional, uma vez que estas línguas fazem parte da complexidade de seus respectivos ambientes, e que seja levado em consideração o potencial de uma língua internacional neutra que combine facilidade de aprendizado e clareza com neutralidade, e que possa, portanto, ser vista como inerentemente sustentável. Nesse importante documento, as duas organizações esperantistas mundiais também evocam, como reforço de argumentação, o célebre Compromisso no 14 da Declaração de Compromissos Éticos para a Postura e Comportamento Ecológico Global como um dos tratados alternativos, produzidos em 1992, pela comunidade das Organizações Não-Governamentais (ONGs), durante a Conferência RIO-92. Reza esse Compromisso 14: Contribuir com entusiasmo para a superação das barreiras artificiais sejam elas políticas ou religiosas, com o objetivo de construir uma nação universal humana. Sugerimos a adoção da Língua Internacional Esperanto como segunda língua de todos os povos e recomendamos que todas as ONGs participem de sua difusão. A proposta da UEA e da TEJO, evidenciando a semelhança entre aspectos do desenvolvimento sustentável e uma transição para uma plataforma de línguas eficaz e não-discriminatória, que preserve a diversidade linguística e torne possível o acesso à comunicação no mundo inteiro, aponta para a necessidade de medidas coordenadas por muitos atores: indivíduos e governos com suas respectivas políticas educacionais, os quais, pela falta de uma orientação central, poderão inclinar-se para escolhas medíocres.Nesse sentido, as instituições da ONU e das ONGs deverão constituir-se em exemplos positivos da aplicação bem-sucedida de políticas linguísticas no seio de suas organizações, em que se combine comunicação eficaz com igualdade de direitos para todos, independentemente de línguas nativas, usando, por exemplo, uma língua internacional neutra, isto é, o esperanto. O documento é concluído com uma abordagem sobre os caminhos da aludida transição para um sistema linguístico em que seja considerada a adição de uma língua internacional neutra na escolha de línguas existentes. A transição pode ser iniciada com decisões relativamente fáceis no que diz respeito aos processos internos da ONU e das ONGs, sem grandes custos no curto-prazo e com possibilidade de consideráveis economias no longo-prazo. A introdução de uma língua internacional neutra nos programas de educação dos estados-membros pode exigir tempo mais longo e um plano de transição cuidadosamente elaborado, já que as competências linguísticas em línguas nacionais, hoje vastamente aplicadas na comunicação internacional, permanecerão vitais durante a desejada transição, a qual poderá ser facilitada por intermédio da experiência do movimento esperantista, considerando o valor propedêutico de seu Idioma Neutro. Evidenciam-se, cada vez mais, os efeitos da multiplicidade das línguas nas relações internacionais, traduzida como renitente estorvo ao progresso geral, seja no campo material, seja no campo espiritual, dificultando a difusão do conhecimento, a aproximação das diferentes culturas, o cultivo da verdadeira fraternidade entre os povos. A ferramenta para a definitiva solução desse problema e consequente erradicação de seus prejuízos já existe há mais de cem anos, e agora, quando a Humanidade é compelida, pela “força das coisas”, como se expressavam os reveladores espirituais na Codificação de Allan Kardec, a ingressar na chamada globalização, na fase universalista de sua vida planetária, surgem os primeiros abalos nas velhas estruturas sociais carcomidas pelo tempo. O assombroso avanço tecnológico no terreno das comunicações não se coaduna com as fórmulas já caducas de convivência, à semelhança do que está dito no Evangelho sobre o vinho novo vertido em odres velhos. Impõe-se a mudança, tudo está a exigi-la, a Humanidade já está aparelhada para tanto, e, nesse agitado contexto, labutam, confiantes e pacientes, os arautos do progresso, entre os quais Emmanuel reconhece os que compõem o movimento esperantista. Os espíritas, igualmente arautos do progresso, entreviram essa fase com o auxílio das luzes da Doutrina, apoiando a Língua Internacional Neutra e seus ideais desde 1909, quando a Federação Espírita Brasileira publica em Reformador daquele ano o primeiro texto de propaganda do esperanto no generoso círculo dos adeptos da Terceira Revelação da Lei de Deus. Perseveremos, caros coidealistas, nos serviços em prol da divulgação e do uso desse genial instrumento de comunicação internacional trazido do mundo espiritual pelo Apóstolo da Concórdia que, na Terra, tomou o nome de Lázaro Luís Zamenhof. Criemos cursos da língua, publiquemos material didático para o seu aprendizado, traduzamos e editemos as boas obras doutrinárias, esforcemo-nos por antecipar entre nós essa anunciada fase universalista da vida no planeta, fazendo do esperanto a língua para as relações internacionais da crescente família espírita mundial. Fonte:http://www.febnet.org.br/site/estudos.php?SecPad=40&Sec=513

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