sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Então tá Dilma. Perdeu!

12/08/2010 12h30 - Atualizado em 12/08/2010 17h16

Em Florianópolis, Dilma defende obra combatida pelo PT local

Estaleiro de R$ 2,5 bilhões da OSX é alvo de polêmica em Santa Catarina.
Petista diz ser possível 'combinar respeito ao ambiente e desenvolvimento'.

Do G1, em São Paulo

Dilma Rousseff chega nesta quinta-feira aos estúdios do grupo RBS, em Florianópolis.Dilma Rousseff chega nesta quinta-feira (12) aos
estúdios do grupo RBS, em Florianópolis.
(Foto: Ricardo Stuckert Filho/Divulgação)

Em visita a Florianópolis (SC) nesta quinta-feira (12), a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, defendeu a construção de um estaleiro que é alvo de oposição do próprio PT local.

Com previsão de investimentos de R$ 2,5 bilhões, o estaleiro da OSX, empresa de Eike Batista, ocuparia área em Biguaçu (Grande Florianópolis) cercada por unidades de conservação.

A obra ainda não obteve licença ambiental. Pareceres do Instituto Chico Mendes (ICMBio), órgão federal responsável pela gestão de parques, apontaram que a construção do canal do estaleiro poluiria a baía de Florianópolis com arsênio. A OSX estuda levar a obra para o Rio de Janeiro.

Em nota divulgada na semana passada, o PT de Florianópolis citou “conseqüências ambientais profundas” do projeto. “Com o fetiche da criação de centenas de empregos, há uma subestimação profunda de impactos negativos que podem ser causados em cadeias produtivas que se consolidaram na nossa região, tais como a maricultura, os serviços relacionados ao turismo e a pesca artesanal”, diz o texto.

Questionada sobre a nota em entrevista à TV Com, rádio CBN e clicRBS, Dilma disse ser “amplamente favorável” à construção de estaleiros.

“Santa Catarina tem que lutar pelo seu [estaleiro], sim, tem que superar os obstáculos que tem, porque um dos setores que mais vai crescer no Brasil nos próximos anos é esse setor que vai produzir plataformas, navios, sondas, vai gerar empregos”, disse a petista.

A candidata afirmou, contudo, desconhecer o teor da nota do PT local. Concordou com um dos entrevistadores ao dizer que a questão ambiental “é politizada no Brasil inteiro”.

“Ela é politizada no Brasil inteiro, pelas comunidades regionais, nos órgãos ambientais. Mas a palavra politizada não acho que é adequada. Acho que sempre é possível combinar respeito ao meio ambiente e desenvolvimento”, afirmou.

Críticas aos pedágios paulistas
Dilma também criticou o modelo de concessão de rodovias empregado pelas gestões do PSDB no estado de São Paulo. "Defendo um modelo radicalmente diferente do paulista", afirmou.

Segundo a ex-ministra da Casa Civil, na modalidade adotada nas concessões realizadas no governo Luiz Inácio Lula da Silva, vence quem oferece menor preço de pedágio, enquanto em São Paulo vence a empresa que paga mais. "Quem pagar mais fica com a concessão no caso deles. É, de certa forma, uma cobrança de imposto disfarçada", afirmou.

Em entrevista nesta quarta-feira (11) ao Jornal Nacional, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, defendeu o modelo paulista de concessões e rebateu críticas sobre tarifas dos pedágios.

O tucano afirmou que as estradas de São Paulo têm maior índice de aprovação pelo usuário, disse que o governo federal não emprega todos os recursos da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, que incide sobre combustíveis) na melhoria de rodovias e criticou a situação de estradas federais concedidas à iniciativa privada sob Lula, como a Régis Bittencourt (BR-116) e a Fernão Dias (BR-381).

Grupo federal para atuação em catástrofes
Questionada sobre propostas de sua candidatura para o controle de catástrofes naturais, como a tragédia causada pelas chuvas em Santa Catarina no final de 2008, Dilma prometeu criar um grupo permanente para atuação em desastres.

“Acho que a experiência de Santa Catarina ajudou o Brasil. Vamos ter que constituir um grupo permanente na esfera federal para que os estados e municípios possam recorrer a ele no caso de catástrofes. Seria um grupo anticatástrofe. O grupo será formado pela Defesa Civil, pelas Forças Armadas e pela Saúde, porque um dos problemas seguintes às catástrofes é a qualidade da água, por exemplo”, disse.

Serra tem "medo enorme" da comparação de gestões, diz petista
A agenda de Dilma nesta quinta em Florianópolis incluiu uma palestra e almoço na Fiesc, a federação das indústrias do estado.

Em entrevista após o encontro com empresários, a candidata rebateu afirmação feita pelo rival José Serra durante a participação no Jornal Nacional, quando o tucano disse que "não há presidente que possa governar na garupa, ouvindo terceiros ou sendo monitorado por terceiros".

Dilma disse que Serra tem "um medo enorme" de comparar as gestões federais do PSDB e do PT. “O meu adversário tem um medo enorme da comparação do governo dele, que é o governo do Fernando Henrique Cardoso, e o meu. Ele não pode estar na garupa do presidente FHC porque seria até uma covardia”, disse a ex-ministra, que participou em seguida de caminhada e de comício na capital catarinense.

http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/08/em-florianopolis-dilma-defende-obra-combatida-pelo-pt-local.html

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